Como definir de forma clara os conceitos de fascismo e antifascismo? Conheça as origens dos movimentos, suas características, motivações e diferenças.
Fascismo e Antifascismo. Historicamente, observamos uma série de ações de ambos os grupos desde o século passado. Entenda como tudo começou.
A origem e o conceito por trás do fascismo
Esse movimento nasceu em 1919 durante a I Guerra Mundial, e possui algumas características evidentes:
- Ultranacionalismo;
- Oposição à democracia liberal;
- Restrição de liberdades econômicas e políticas;
- Domínio das elites;
- Crença na hierarquia social natural.
O fascismo compõe a extrema-direita, se considerarmos o espectro político tradicional. Logo, para os fascistas, o Estado deve ser totalitário, com um partido único. Aqui, o líder deve ser forte, como um ditador ou militar.
Este movimento costuma defender a economia mista, além de não descartar ações violentas, para restabelecimento da ordem nacional. Geralmente, fascismo e antifascismo entram em conflito por que o primeiro se opõe ao:
- Liberalismo;
- Socialismo;
- Marxismo;
- Anarquismo;
A Itália, o fascismo e a I Guerra Mundial
O mundo se transformou após o advento da I Guerra Mundial, o primeiro grande conflito armado que envolveu diversos países. Na Itália, o contexto político e social corroborou para o surgimento do movimento fascista.
Durante e após a Guerra, os cidadãos italianos acabaram desenvolvendo uma “cidadania militarizada”. Certamente, as vantagens de um governo autoritário levaram o ditador Benito Mussolini a apostar no desenvolvimento do fascismo.
Inclusive, o próprio fascismo se espalhou por diversos países da Europa. Com efeito, o nazismo da Alemanha, o salazarismo de Portugal e o franquismo espanhol foram todos baseados no movimento fascista.
Após a derrota das frentes fascistas e nazistas durante a II Guerra Mundial, o termo acabou desaparecendo. Porém, as discussões políticas contemporâneas trouxeram à tona diversos partidos abertamente fascistas e antifascistas.
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O antifascismo surge como oposição à extrema-direita
O fascismo e o antifascismo nasceram praticamente juntos, pois o segundo é o contramovimento político do primeiro. De uma forma geral, o antifascismo se opõe as práticas totalitárias fascistas, bem como as ideologias:
- Nazistas;
- Neonazistas;
- Supremacistas;
- Xenofóbicas;
- De extrema-direita.
Os militantes dessa causa também são conhecidos internacionalmente como “Antifas”. Assim como o movimento originário, a oposição também possui representantes ao redor do mundo.
Em síntese, aqueles que são antifascistas podem apoiar partidos políticos contrários ao movimento fascista, como por exemplo:
- Anarquismo;
- Liberalismo;
- Socialismo democrático.
Em 1930 surge o primeiro movimento antifascista na Alemanha
Os ideais nazistas e fascistas ganharam muito destaque após a campanha durante os quatro anos da I Guerra Mundial. Provavelmente, o movimento antifascista teve início na Alemanha, por volta de 1930.
Uma bandeira preta e vermelha foi escolhida como símbolo do grupo, composto por estudantes, sindicalistas e intelectuais. Em sua maioria, os militantes políticos discordavam de praticamente todas as ideologias fascistas.
Muitas pessoas acreditam que fascismo e antifascismo são conceitos ultrapassados, mas a verdade é que eles estavam apenas adormecidos.
Definitivamente, a internet é uma ferramenta onde os indivíduos podem encontrar afinidades e se organizar politicamente. Por conta disso, esses dois movimentos políticos têm ficado em evidência, no Brasil e no mundo.
Conheça 10 livros para entender melhor a relação entre fascismo e antifascismo
Então, nessa lista a seguir alguns dos títulos mais populares e emblemáticos sobre os dois movimentos. Confira abaixo sugestões de leitura sobre fascismo e antifascismo:
- The Anatomy of Fascism, de Robert Paxton;
- Alt – America: The Rise of the Radical Right in the Age of Trump, de David Neiwert;
- Antifa – The Anti-Fascist Handbook, de Mark Bray;
- The New Faces of Fascism: Populism and the Far Right, de Enzo Traverso;
- Sobre o Fascismo, de Ernest Mandel;
- Diário de um Skin, de Antonio Salas;
- O Espectro dos populismos – Ensaios políticos e historiográficos, de João Mineiro e Cecília Osório;
- The Populist Radical Right – A reader, editado por Cas Mudde;
- A direita e as direitas, de Jaime Nogueira Pinto;
- Anti-Fascism in Britain, Nigel Copsey.
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